Adaptação da obra de Maurice Druon, escritor francês do pós-guerra, que retrata uma sociedade disfuncional, onde miséria e opulência convivem mediados pelo poder.

Em meio à cidade bélica de Mirapólvora, nasce uma criança, Tistou, filho dos donos da cidade, sofre por não ser uma criança igual as outras. Porém, descobre ter um incrível talento que pode transformar a realidade da cidade, mas também pode colocá-lo em risco, já que seus pais são proprietários da fábrica de canhões.

Em uma atmosfera que narra situações de opressão e desigualdade social, o Núcleo Solar preocupou-se em sublimar as tensões com beleza estética sem perder o compromisso com a mensagem. Transformando a obra francesa com toques de brasilidade e colorindo com jovialidade uma narrativa cinza de pólvora. O espetáculo é uma realização do Solar Núcleo de Teatro e com apoio da Divisão de Ensino as artes (DEA). A construção cênica e a produção da peça foram feitas pelos integrantes do núcleo sob a direção de Rafael Maia e Élio Andreotti.

Uma das preocupações do Núcleo Solar era de valorizar a cultura nacional, para um diálogo mais próximo da realidade do público. Isso tudo feito com inserção de outros elementos que fazem parte dos estudos cênico, como a normose – doença da compulsoriedade do comportamento dito “normal” – e as práticas de meditação e mantras que ajudam a construir o interior do ator. Esses elementos foram costurados de forma coerente ao ponto de assimilarem-se com as ideias da obra de Maurice Druon.